A coisa mais engraçada que faço nas horas vagas é relembrar minhas experiências da adolescência. Não namorei muito, nem bebi ou fumei, mas fiz coisas que qualquer aprendiz faz: errar e errar feio. Estava nos meus 15 anos, fazendo 2°grau num colégio particular de São Luís. Nunca me senti tão bem quanto naquele ano, com muitos amigos e ótimos professores. Por falar em professor, o meu de biologia era um máximo. Tinha nome americano, sotaque de nordestino e jeitão de homem não feito. Todo momento nos ensinava a melhor maneira de apreciar a vida e amá-la. Com toda infra-estrutura de laboratórios Prof° Kennedy nos levava habitualmente ao laboratório de biologia da universidade que desenvolvera no prédio do colégio. Numa dessas aulas o professor mandou que trouxéssemos uma flor de casa para analisarmos o pólen. Grão da vida botânica! Não era a minha matéria favorita, mas me intrigava olhar para uma planta e não poder saber o que ela realmente era. As aulas eram dia de terça e quinta-feira e tive uma semana para colher, contudo só fui lembrar no dia exato da experimentação. Não deu outra, como estudava de manhã tive que substituir o tempo destinado ao alívio pessoal para procurar uma flor. Mas, como sempre, eu gostava de ser diferente e competitiva e assim queria levar a flor mais bonita de todos. Percorri em todos os muros da região, e encontrei muitas flores bonitas: eram brancas, vermelhas, rosas, mas foi a amarela que me encantou. Quando bati meus olhos em suas grandes pétalas largas, com curvas perfeitas e um cálice verdadeiramente real, descobri. Era aquela. Fiquei tão feliz de achar uma que tratei de pegar logo duas, nem quis sabe de qual vizinho furtei, sabia que era para uma boa causa. Quando cheguei no colégio todos estavam com suas flores, lindas e perfumosas, claro que não mais que a minha, somente uma colega não tinha trago. Era a mais desprezada, da turma. Como fui sempre prestativa e solidária doei minha outra flor para minha amiga, e claro que ela gostou. Bem na hora que fui coletar o pólen... Onde estava o pólen! Minha flor não tinha pólen, não podia ser! Podia e era, a minha flor era sem pólen, ficaram duas alunas sem pólen! Graças a outras amigas nós realizamos o exercício, nos deram um grau de pólen para cada uma sem pólen. O meu era tão pequeno que parecia não existir, era curvo parecendo um coró como dizem os goianos. Tive que contentar com isso. Depois sai humilhada da sala, mas valeu a pena, sempre na vida tive oportunidade de aprender e desta vez não foi diferente. Agora eu sei que nem todas as belas flores possuem pólen.
quinta-feira, 21 de junho de 2007
A descoberta do Polén
A coisa mais engraçada que faço nas horas vagas é relembrar minhas experiências da adolescência. Não namorei muito, nem bebi ou fumei, mas fiz coisas que qualquer aprendiz faz: errar e errar feio. Estava nos meus 15 anos, fazendo 2°grau num colégio particular de São Luís. Nunca me senti tão bem quanto naquele ano, com muitos amigos e ótimos professores. Por falar em professor, o meu de biologia era um máximo. Tinha nome americano, sotaque de nordestino e jeitão de homem não feito. Todo momento nos ensinava a melhor maneira de apreciar a vida e amá-la. Com toda infra-estrutura de laboratórios Prof° Kennedy nos levava habitualmente ao laboratório de biologia da universidade que desenvolvera no prédio do colégio. Numa dessas aulas o professor mandou que trouxéssemos uma flor de casa para analisarmos o pólen. Grão da vida botânica! Não era a minha matéria favorita, mas me intrigava olhar para uma planta e não poder saber o que ela realmente era. As aulas eram dia de terça e quinta-feira e tive uma semana para colher, contudo só fui lembrar no dia exato da experimentação. Não deu outra, como estudava de manhã tive que substituir o tempo destinado ao alívio pessoal para procurar uma flor. Mas, como sempre, eu gostava de ser diferente e competitiva e assim queria levar a flor mais bonita de todos. Percorri em todos os muros da região, e encontrei muitas flores bonitas: eram brancas, vermelhas, rosas, mas foi a amarela que me encantou. Quando bati meus olhos em suas grandes pétalas largas, com curvas perfeitas e um cálice verdadeiramente real, descobri. Era aquela. Fiquei tão feliz de achar uma que tratei de pegar logo duas, nem quis sabe de qual vizinho furtei, sabia que era para uma boa causa. Quando cheguei no colégio todos estavam com suas flores, lindas e perfumosas, claro que não mais que a minha, somente uma colega não tinha trago. Era a mais desprezada, da turma. Como fui sempre prestativa e solidária doei minha outra flor para minha amiga, e claro que ela gostou. Bem na hora que fui coletar o pólen... Onde estava o pólen! Minha flor não tinha pólen, não podia ser! Podia e era, a minha flor era sem pólen, ficaram duas alunas sem pólen! Graças a outras amigas nós realizamos o exercício, nos deram um grau de pólen para cada uma sem pólen. O meu era tão pequeno que parecia não existir, era curvo parecendo um coró como dizem os goianos. Tive que contentar com isso. Depois sai humilhada da sala, mas valeu a pena, sempre na vida tive oportunidade de aprender e desta vez não foi diferente. Agora eu sei que nem todas as belas flores possuem pólen.
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